terça-feira, 28 de junho de 2011

Massacre no Pacaembu: Corinthians atropela o São Paulo

Por Carlão Carbone


Corinthians 5x0 São Paulo, Pacaembu, 6ª rodada, Brasileirão 2011, 26/06/2011.


1º tempo: pressão do Corinthians, 2º tempo: festa.


Clássico Majestoso no Pacaembu, rivalidade em campo e nas arquibancadas, guerra declarada das diretorias e duas realidades em campo: a maturidade do Corinthians e a “juvenilidade” do São Paulo. Resultado: faltou colhão à molecada devido a má-visão do treinador tricolor, enquanto o Corinthians sobrou em campo, no banco e no placar.

Empurrado pela torcida, o Corinthians foi a campo determinado a jogar sufocando o São Paulo. Isto ficou claro, no primeiro tempo quando a equipe dominou os espaços do campo e criou sucessivas chances de gols (pecava no último passe e na mira ao gol).

Para o São Paulo, restava os raros contra-ataques, que não eram servidos pelo seu meio-campo, assim, o trio Fernandinho – Dagoberto – Marlos ficava sem função no jogo, ou seja, não marcavam a saída do adversário (porque a bola não partia da área) e não voltavam para ajudar na marcação.

A “bomba” explodia em Wellington, Carlinhos Paraíba e Rodrigo Caio e os destroços sobravam para Luis Eduardo, Xandão, Bruno Uvini. Pelo lado do Corinthians, Danilo, Willian, Jorge Henrique e Liedson jogavam fácil salvaguardados por Ralf, Paulinho, Chicão e Leandro Castán.

Paródia de uma tragédia anunciada. Lucas, Casemiro, Rodolfo, Juan e Rodrigo Souto fizeram muita falta ... mas futebol é equipe, coletivo e faz parte – não serve para desculpa, nem para explicação, apenas para aliviar o massacre, se é que algo serve para aliviar um 5x0 num clássico.

O domínio corinthiano aumentava, e na mesma proporção o nervosismo da equipe tricolor, tanto que resultou num cartão amarelo besta a Carlinhos Paraíba, o "meia criativo" do São Paulo, e menos de 10 minutos depois, numa falta imprudente, foi expulso no fim do primeiro tempo. O jogo para o São Paulo acabou e a festa corinthiana se formava.

Começou o segundo tempo, e numa jogada relâmpago de roubada de bola, com qualidade e frieza, Danilo, ex-tricolor em sua melhor apresentação com a camisa alvinegra, fez um golaço tirando o zagueiro e goleiro, batendo no canto. Gol que abriria a porteira tricolor.

A partir daí, jogo de um time só, treino de luxo, baile em campo. O Corinthians com toque de bola e movimentação atormentava o São Paulo, que corria atrás completamente perdido. Sem guardar posição, com um buraco no meio campo, foi presa fácil para malandragem e experiência.

Toda jogada era construída e finalizada, tanto que o segundo gol não demorou a sair. Aos 7 minutos de escanteio com cavadinha no rebote de Rogério Ceni, assim como o terceiro, uma bomba a queima roupa de Liedson, aos 15 minutos.

Com 20 minutos do segundo tempo, a torcida corinthiana já gritava olé, fazia festa e o São Paulo mal tocava na bola e quando a pegava, ou rifava, ou chutava para fora ... pane, nervosismo, desorientação em campo.

Carpegiani demorou a mexer no time, e quando fez colocou Ilsinho e Henrique no lugar de Marlos e Fernandinho, ou seja, sem alteração tática, mantendo a mesma toada da desordem em campo, aos 34 minutos veio o quarto gol numa triangulação construída a partir do meio campo, com Liedson novamente, e aos 36 minutos o quinto, Jorge Henrique, chutou de fora área e falha de Rogério Ceni, para delírio da torcida.

Baile, massacre, atropelo qualquer adjetivo é pouco para demonstrar a superioridade do Corinthians sobre o São Paulo no jogo. A expulsão do Carlinhos Paraíba pode ter contribuído para a goleada, mas pela postura, posicionamento e tática do São Paulo, a derrota seria inevitável.

Ao Corinthians ficou a sensação de um time forte com boas peças para compor a equipe. Ao São Paulo, a sensação de que para lançar a molecada a campo é preciso parcimônia e equilíbrio (com um time juvenil, para quê entrar com 3 atacantes e sem ninguém para servi-los? Para quê colocar um moleque de 17 anos (Rodrigo Caio) e não entrar com Zé Victor que tem cancha a mais que ele? Para quê jogar de igual e para frente, se havia mais de 4 desfalques do time que vinha jogando?).

Para o próximo jogo, contra o Botafogo no Morumbi, o São Paulo continua com os desfalques dos lesionados e da seleção principal, além de somar as ausências de Carlinhos Paraíba e Wellington (suspensos). Enfim, aguardemos novas peripécias do Professor Carpegiani.

O Corinthians, embalado e em clima de paz, vai para o jogo como favorito contra o Bahia, em ascensão, no Pituaçu.



Abraço!


CARLÃO CARBONE

www.youtube.com/carlaocarbone

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