A final Copa do Brasil de 2010 contará com duas equipes que nunca haviam chegado à decisão da competição tida como o caminho mais curto para a Taça Libertadores da América. Na Vila Belmiro, o Santos superou o Grêmio com um placar de 3x1. No Barradão, o Vitória não tomou conhecimento da grande surpresa do campeonato e fez 4x0 no Atlético-GO.
Na partida considerada por muitos a final antecipada da Copa do Brasil, os meninos da Vila e o tricolor gaúcho entraram com uma postura bastante inusitada para aqueles que conhecem as características de ambos. O Santos, time-sensação deste primeiro semestre, conhecido pelo futebol envolvente, rapidez na troca de passes e posse de bola, não conseguia assumir o controle da partida.
Tal fato se deu, em grande medida, graças ao comportamento do Grêmio, que, mesmo tendo o empate a seu favor, iniciou a partida adotando uma postura ofensiva, diferentemente de sua tradição “copeira”. O imortal tricolor levou perigo aos santistas por diversas vezes se valendo de bolas alçadas na área. Vale registrar que o Santos, mesmo pressionado, teve excelente chance de gol – talvez a melhor do primeiro tempo – em uma escapada de Neymar pelo lado esquerdo da defesa gaúcha.
O talento resolve
No segundo tempo, as coisas mudaram. Regra básica do futebol: quando o jogo coletivo não funciona, o talento individual tem que resolver. E qual equipe no Brasil conta com mais talentos do que o Santos atualmente? Pois bem. Ganso, que até então fazia uma partida apagada, acertou um chute daqueles de “rara felicidade” e abriu o placar. Golaço. O Santos, então, subiu de produção e, aos poucos, foi assumindo o domínio das ações.
Aos 24 minutos, outra obra-prima. Robinho recebe passe na entrada da área. Sozinho. O goleiro Victor se adianta. O que será que o atacante da seleção vai fazer? Driblar o goleiro? Invadir e bater cruzado? Nada disso. Com um toque sutil, a famosa “cavadinha”, ele encobre Victor. Outro Golaço.
No entanto, quando se trata de Grêmio, as coisas não se resolvem assim tão facilmente. Nenhuma equipe recebe a alcunha de “Imortal” por acaso. Na base do “abafa”, os gaúchos descontaram com Rafael Marques. A tensão do jogo aumenta. O tricolor equilibra a partida, que passa a contar com jogadas mais ríspidas de ambos lados. Os visitantes ainda teriam mais uma boa chance.
Então, eis que Ueslei dispara pela esquerda. Um jogador do Grêmio chega pra dividir. O meia santista ganha na velocidade. É a vez de Victor tentar pará-lo. O moleque da Vila ganha novamente. Mesmo com pouco ângulo, mas sozinho, Ueslei toca para o gol vazio. Mais um golaço.
Parabéns ao Santos. E parabéns ao Grêmio também, cuja equipe, se for mantida, tem tudo para brigar no Brasileirão na parte de cima da tabela.
Vitória atropela em casa
No jogo do Barradão, o Vitória fez jus ao retrospecto que possui dentro de casa. Venceu todas as partidas em seu território e não levou nenhum gol. Contra o Atlético-GO não foi diferente. Aliás, vale ressaltar que o rendimento da equipe goiana neste primeiro semestre ratifica a importância de uma boa estrutura de trabalho, planejamento a longo prazo, etc. Campeão estadual, semi-finalista da Copa do Brasil, o Atlético colhe agora os frutos de um trabalho iniciado a cerca de quatro anos.
Tem time para, ao menos, conseguir a manutenção na série A do Brasileirão.
Decisão é uma incógnita
Santos X Vitória. O que dizer? Nada, na verdade. Agora, vem aí a Copa do Mundo e tudo pára. Sabe-se lá o que vai restar das duas equipes para a grande decisão no final de julho.
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