sexta-feira, 13 de maio de 2011

Por: Carlão Carbone/ Avai 3x1 São Paulo/ Ceará 2x2 Flamengo

Avaí 3x1 São Paulo. No placar agregado 3x2 e o São Paulo dá adeus a Copa do Brasil. Vasco x Avaí e Ceará x Coritiba, um destes será o campeão.

Começou o jogo e o São Paulo jogou como se precisasse do resultado. Correndo atrás, marcando em cima. Um São Paulo turbinado como há tempos não se via. Lucas pela direita, Fernandinho pela esquerda e Dagoberto de quebra para dar o bote. Casemiro, Carlinhos e Jean chegando junto e Alex Silva e Rodolfo segurança da zaga.
E toda essa sagacidade de jogo deu resultado, 1x0 no gol de cabeça proveniente de uma falta.
Parecia que a missão estava cumprida, apagão.
Na saída de bola, no ataque do Avaí - gol de empate.
O time que deveria entrar em desespero, conseguiu respirar e o São Paulo ficou sem ar: perdido na marcação, desorganizado no ataque e dominado nos rotineiros e constantes cruzamentos do Avaí.
Passou a ser dominado e a cada cruzamento, sufoco na área, até que num lance de futebol de firma, numa cabeçada, a bola passa por três zagueiros, 2x1. E ainda sofreu uma blitz, daquelas de três escanteios seguidos ... desesperador.
Segundo tempo e tal qual o primeiro gol do Avaí, na saída de bola, vacilo da zaga e gol da classificação - 3x1. Tudo que o Avaí precisava e nada que o São Paulo esperava.
Aí a tragicomédia começou. Carpegiane, "carpegianou".
A troca de Fernadinho por Marlos, Xandão por Henrique desmontou o time. Vazio no meio e uma zaga em pane de um time que não sabe jogar com dois zagueiros e três atacantes.
É lógico, sem armador e bola no chão, não há futebol consistente que persista. Sem ligação e com dribles inócuos, o São Paulo não chegava e o Avaí com posse de bola e contra-ataques frontais, brincou de segurar a bola no ataque e se consagrar na zaga. Mais fácil que imaginava.
A desclassificação serviu para cair a máscara de um time vagabundo, mal treinado, sem condicionamento físico e com um departamento médico medíocre, que expõe jogadores machucados. Lucas sem condições de jogo. Fernandinho tentou e foi sacado no intervalo.
Alterações erradas de um técnico confuso. Rivaldo, poderia ter jogado, mas foi preterido por Wellington, que quase chegou a entrar e William José que nem na bola pegou, soltou o verbo e criticou duramente o "professor".
Diante das eliminações, dos resultados negativos, da "(má) vontade" dos jogadores, de um técnico sem noção, de uma diretoria que quer a Copa, de um departamento médico que vem errando seguidamente, de um elenco limitado, de jogadores que se acham craques, o São Paulo vem afundando numa lama sem precedentes, onde parece que somente os torcedores parecem ver e para diretoria tudo nos conforme.
Eliminação justa de um time que quis a vitória, contra um time que tomou três gols e apresentou um pífio futebol, este que parece esta arraigado há tempos.

Ceará 2x2 Flamengo

Ceará 2x2 Flamengo, jogão de bola daqueles que vale a pena assistir: bom humor, artilheiro vetado de última hora, jogo jogado, equipes buscando o resultado, confusão com policiamento e estádio lotado. Valia a classificação para semi-final da Copa do Brasil, e a corrida entre o Bonde sem Freio x a Carroça Desembestada prometia um belo racha.

A Carroça saiu na frente no jogo de ida, vencendo no Rio de Janeiro por 2x1, placar este totalmente reversível face a força, a tradição, a influência e o time que o Bonde tem. Duelo de campeões: carioca x cearense.
Casa cheia, com a maioria torcendo para a Carroça, inclusive com faixas alusivas a “nordestino torce para time do nordeste”, “torça para time do seu estado”, não fazendo do estádio a casa do Flamengo, que era comum antigamente, mas o caldeirão não assustou o Bonde, que entrou com personalidade e não se abateu no campo do adversário. Jogou para frente, chamou a responsabilidade, tanto que antes da metade do 1º tempo marcou o primeiro gol e sem deixar a Carroça absorver o golpe fez o segundo aos 30 minutos. Resultado que, até então garantia o Flamengo na próxima fase.
Mancini, percebeu que o time e a torcida estavam no estágio de “quando viu já foi” e colocou sua arma ofensiva Osvaldo, que pôs fogo no jogo. Logo na sua primeira jogada sofreu a falta que originou o gol e no lance seguinte sofreu outra falta, que resultou na expulsão de Angelim (segundo amarelo) e saiu o segundo gol ... empate. Euforia da torcida cearense e nervosismo do Flamengo que reclamou do gol alegando mão do atacante, que não foi. A expulsão pode até ter sido rigorosa, mas não há de se falar que foi injusta.
No final do primeiro tempo, os jogadores do Flamengo foram tirar satisfação com o árbitro e a tropa de choque, que foi para defender, acabou por criar mais confusão no empurra-empurra com escudo na cara de Ronaldinho, Vanderley, Felipe, enfim comédia pastelão recorrente nos jogos de times do sudeste no nordeste.
O segundo tempo começou e o jogo ficou aberto. Com o Flamengo pressionando e parando nas mãos do Fernando Henrique, ex Fluminense, que a cada defesa fazia caretas, bradava à sua zaga cheio de marra. Tentava, tentava mas faltava a mortalidade que o Thiago Neves teve na etapa inicial, e o Ceará quando percebeu isso, parou de ir para cima e jogou na base da posse de bola e contra-ataques. Chegou a fazer jogadas de efeito, mas cozinhou o jogou para o gasto, garantindo a classificação para a próxima fase.
Vanderlei sofreu seu primeiro revés depois do carioca, e fica a cobrança para o Brasileiro para que o Bonde volte novamente com o freio de mão abaixado.
No fim a Carroça passou por do Bonde e a imprevisibilidade da Copa do Brasil mais uma vez se faz presente. Agora a Carroça encontra o temido Coxa e seu retrospecto grandioso de vitórias em 2011. Um deles já está na final.

Abraço!

CARLÃO CARBONE - colaborador do programa Na Cara do Gol - Rádio Pró-Cultura

www.youtube.com/carlaocarbone

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