terça-feira, 14 de junho de 2011

Rápido, ligeiro e rasteiro - Nova fase do São Paulo ou apenas um jogo corrido?

Por Carlão Carbone



São Paulo 3x1 Grêmio, Morumbi, 4ª Rodada, Brasileirão 2011. Manutenção da liderança e futebol vistoso da molecada. Será que os “caixa-baixa” vão tomar o poder?
É difícil acreditar, mas o São Paulo fez um baita jogo contra o Grêmio, como há tempos não se via.
Acostumado a ver o time paulista a jogar bem 15 minutos do primeiro tempo, fazer o gol e recuar, perder meio de campo, atacantes isolados na frente, tomar pressão no segundo tempo, tomar o empate no final do jogo, o que se viu foi um outro time, um outro jogo, comandado pela base, correu e não deixou a poeira baixar. Foi constante e venceu merecidamente.
Jogando em casa, o São Paulo saiu para o jogo com bom e rápido toque de bola. Lucas, Wellington, Casemiro, Marlos (sim, Marlos!) e Dagoberto mostraram um entrosamento que parecia estar escondido.
A equipe jogava fácil, jogava leve, enquanto o time do Grêmio tentava encontrar uma marcação ou como parar o adversário, que chegava com facilidade. Não demorou e aos 13 minutos do 1º tempo, numa bola desviada, Casemiro abriu o placar, diga-se de passagem, o garoto estava endiabrado.
Ao contrário dos outros jogos, o time não recuou e aproveitou que o Grêmio ainda estava grog, e só não aumentou a vantagem por displicência nas finalizações. Victor foi muito bem, mas o time do Grêmio não se encontrava em campo, rifava as bolas e se defendia como podia. Se para o São Paulo o jogo estava fluindo, para o Grêmio o time estava em pane.
Segundo tempo, e o jogo parecia que estava começando, o São Paulo novamente leve e ligeiro foi para cima do Grêmio e a toada continuava, faltava apenas a maturação do gol, mas, num contra-ataque do time gaúcho, após cruzamento de Rochemback, Casemiro, no afã de isolar, guardou um gol contra, 1x1.
A tendência era o jogo desacelerar e começar a pressão gremista dada a falta de criatividade comum em jogos anteriores do São Paulo, mas, com sangue nos olhos o time continuou a ir para cima. Aproveitou uma falha de Douglas e 8 minutos depois e Marlos, que tanto tentou e foi deveras vezes fominha, fez o seu, colocando o São Paulo novamente em vantagem.
Aí o Grêmio “acordou” e começou a incomodar o São Paulo, equiparando a marcação no meio e partindo para cima. O jogo ficou equilibrado, e chances dos dois lados, com a possibilidade de gol de qualquer time. Mas aos 39 minutos, numa bela jogada, Dagoberto tocou pelo meio e por cima da zaga para Jean, impedido, que matou a bola, tirou Victor da jogada e decretou números finais.
Sem dúvida esse gol matou o jogo, mas pelo futebol apresentado de ambas as equipes, não seria “justo” o São Paulo perder ou empatar (se é que existe justiça no futebol).
O Grêmio demorou muito a se achar na partida e sucumbiu ao jogo imposto pelo São Paulo. Renato demorou a mexer no time para tentar travar o meio campo.
Fica o destaque para a vontade, a velocidade, a ofensividade que o São Paulo jogou, ainda mais a questão da regularidade, neste jogo, os 90 minutos.
O torcedor do São Paulo teve uma noite tranquila e nem acreditava no que aquele time jogou e da forma que jogou, porém fica a esperança de que aquilo não foi só de um dia de inspiração, e sim o começo de uma nova era, de uma nova geração. Será que o “Bonde dos Moleques Zica” vai emplacar, ou será mais uma marola de um dia feliz. Aguardemos as próximas rodadas do campeonato.



Abraço!


CARLÃO CARBONE

www.youtube.com/carlaocarbone

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