sábado, 17 de setembro de 2011

Por um pouco de autenticidade/Por Gustavo Román

Estamos hoje a 999 dias do início da Copa do Mundo de 2014. E, apesar de todos os atrasos nas obras e suspeitas de corrupção, tenho a mais absoluta certeza que o evento será um grande sucesso. O mesmo já não posso afirmar em relação a Seleção Brasileira.

Além do fato discutido no post anterior, da falta de identificação do escrete nacional com o torcedor, temos outros problemas, ainda mais urgentes ao meu ver. Não, vocês não irão me ver aqui discutindo (o cada vez mais discutível) futebol de nossa equipe. O que me causa preocupação é outro fato.

Não acho que Mano Menezes é o cara certo para esse megadesafio (ou alguém têm a ilusão que tudo serão flores durante a Copa?). A pressão será toda para vencer. Em casa, qualquer outro resultado, será considerado um fracasso. E, apesar de não ter nada contra ele, o treinador não me parece que tenha o perfil adequado para sustentar uma barra dessas.

Mesmo com todo seu mídia training, com toda sua eloquência na hora de conceder entrevistas, o gaúcho acaba se contradizendo em suas ações. Fala uma coisa e, na hora do vamos ver, faz outra. Acaba indo contra o que prometeu. E isso não passa impune por um torcedor cada vez mais informado e antenado. Os fãs da amarelinha querem ver a seleção jogando pra frente, com Neymar, Ganso, Damião, Ronaldinho e outros jogadores, se isso for possível.

Acontece que no primeiro momento de dificuldade, Mano saca um de seus talentosos jogadores e escala um trabalhador, um carregador de piano, no melhor estilo de sua história como treinador. Não se engane torcedor. O técnico que aparece nas entrevistas e solta as suas frases de efeito é apenas uma miragem. O verdadeiro Mano é este, que recua o time, reforça o meio de campo e joga pelo resultado (ainda mais pressionado da maneira que ele está atualmente).

Por isso, defendo os nomes de Felipão ou de Muricy. Além de terem currículo para sustentar a pressão são autênticos e sabem criar um ambiente familiar, tão importante para uma competição de tiro curto. Chega de sermos enganados por falas bonitas e ações contraditórias. Mudanças já no comando da seleção. Por um discurso menos antagônico e mais autenticidade até a Copa, em todos as esferas.

Gustavo Román

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