quarta-feira, 7 de março de 2012

Clubes brasileiros devem ficar atentos aos jogadores sul-americanos/ Por Fernanda Salgado

Barcos e Fucile são exemplos de que vale a pena investir


É fato que o futebol brasileiro carece de algumas peças. O Santos, por exemplo, depois da saída do lateral Danilo precisou repor a peça e teve muita dificuldade, mas conseguiu suprir a ausência do excelente jogador com a contratação do uruguaio Fucile, que estava no Porto (Portugal). O Palmeiras, além de todos os problemas fora de campo, procurou um camisa 9 para a vaga do Kleber Gladiador, trouxe o argentino Barcos, da LDU (Equador). 


Fucile e Barcos são exemplos de que os dirigentes e técnicos do futebol do Brasil devem ficar de olhos abertos nos jogadores sul-americanos. Dizem que o técnico Émerson Leão não gosta de trabalhar com jogadores de fora. Desculpa, Leão, mas isso é uma visão bairrista. 


No clássico entre o Santos e o Corinthians, no último domingo, Fucile mostrou para que veio. Ele é a cara do jogador sul-americano, joga com muita vontade, não tem bola perdida. O lateral teve seu nome gritado em vários momentos durante o duelo. Às vezes, falta aos jogadores brasileiros um pouco de sangue nos olhos, o que sobra nos atletas sul-americanos. Futebol não é só técnica, alguns atletas do nosso país precisam entender isso. Fucile não é um excepcional jogador, porém, ele faz o simples, chegou ao Santos e mostrou que veio para ser titular e conquistou o torcedor. 


Barcos começou muito bem no Palmeiras, marcando gols e, ajudando na marcação. Ele trouxe esperança aos torcedores alviverdes que durante 2011 ficaram órfãos de um atacante. 


Outro detalhe que favorece aos gringos é o baixo custo. Os salários, nos países da América do Sul, não são altos como aqui no Brasil. Vale a pena investir num jogador dos países vizinhos que gastar uma fortuna tentando tirar um atleta dentro do Brasil.


Os argentinos D’Alessandro e Montillo são exemplos de que Barcos e Fucile chegaram aos clubes para ficar e tornarem-se queridos pelo torcedor. Num passado mais distante, Tevez tornou-se ídolo no Corinthians, não só pelo excelente futebol, mas pela garra com que desempenhou sua função. Claro que existem jogadores de fora que jogam mal aqui. Assim como as contratações internas podem dar errado. Além de sorte, a capacidade de olhar o mercado ajudam no momento da contratação.


Espero que os homens fortes dos clubes nacionais olhem com carinho para o mercado sul-americano. A Libertadores e a Copa Sul-americana são ótimas competições para contratar atletas de fora. Não é demérito algum buscar peça de reposição fora do Brasil, muito pelo contrário, é mostrar que são capazes de trazer atletas para agregar ao futebol tupiniquim. 

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