sábado, 18 de fevereiro de 2012

Falta vibração à Muricy/ Por Fernanda Salgado

Técnico do Santos está devendo



Muricy Ramalho chegou ao Santos em abril de 2011. Foi contratado para apagar um incêndio deixado pelo antecessor, Adilson Batista. Classificou o Santos à fase final da Libertadores, venceu a competição sul-americana, além do Campeonato Paulista. Perfeito. Mas, depois disso...

Desde a conquista da Libertadores, o Peixe esqueceu de jogar futebol. Está há oito meses passeando pelos gramados. A justificativa para o pouco futebol no segundo semestre de 2011 era o Mundial, só que a equipe deu vexame diante do Barcelona. O ano de 2012 começou e pouca coisa mudou. O meia Paulo Henrique Ganso é o único que destaca-se no time principal. Ele e o goleiro Rafael.

Cadê o time do Muricy Ramalho? Desde que ele chegou não montou uma equipe. O técnico parece conformado, pacato. Não sinto vontade de vencer no treinador. Fazendo uma comparação. Tite, técnico do Corinthians, vibrou como se tivesse conquistado um Mundial, quando o Timão empatou no último minuto contra o Deportivo Táchira. Muricy reagi da mesma forma durante todo o jogo. A cara do time do Santos é a do Muricy no banco de reservas, passividade.

Parece que a conquista da Libertadores bastou, não tem mais o que fazer. Sinto que o técnico almeja vôo maior, treinar a seleção, por exemplo. Posso estar exagerando, mas é assim que eu vejo o atual técnico santista. Admiro o caráter de Muricy Ramalho. É raro ver um homem como ele no futebol. Mas, pelo que ele recebe, está devendo. Não comento salário de jogador e técnico, porém, tem que ser cobrado pelo que faz dentro das quatro linhas.

O Santos virou um time dependente do Neymar. Quarta-feira, na derrota contra o The Strongest, na Bolívia, isso ficou claro. O craque santista perdeu muitos gols, o time perdeu.

O moleque é fera, craque, mas não joga sozinho. Futebol é coletivo, para ele brilhar, precisa do conjunto. A conquista da Taça Libertadores explica isso muito bem. O Santos foi vitorioso pelo conjunto. Neymar brilhou, fato. Mas, o grupo jogou junto, o Peixe foi um time. Desde então não vejo um time dentro de campo. Se o Santos continuar com a “Neymar dependência”, prevejo que o ano do centenário será sem conquistas.

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