quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O GRENAL DO SÉCULO/Por Luiz Claudio Carneiro


Muitos acreditam que a maior rivalidade do futebol brasileiro seja a do seu próprio time contra o arquirrival. 

Errados, não há Fla-Flu, Atlético x Cruzeiro, Palmeiras x Corinthians ou Ba-Vi que se compare ao Grenal. 

Tanto é verdade, que, na iminência de ter seu estádio interditado em razão das obras para a próxima Copa do Muno, o Internacional cogitou mandar seus jogos em Caxias do Sul para não ter que utilizar o Estádio Olímpico.

O primeiro dos hoje 392 grenais foi disputado em 18 de julho 1909, com uma goleada tricolor por 10 a 0, com cinco gols de Edgar Booth.

Cada um dos grenais tem sua própria história. É algo quase mítico. Eles têm nome e sobrenome, como o Grenal11, o Grenal Farroupilha, o Grenal da Legalidade e o Grenal do Século.

É desse último que vou falar. Disputado em 12 de fevereiro de 1989 no Beira-Rio, a partida era válida pela semifinal do Brasileirão de 1988. Após um 0x0 no Olímpico, o vencedor da partida de volta garantiria uma vaga na final e na Libertadores. Foi assistido por 78.083 espectadores, que viram Marcos Vinícius abrir o marcador para o Grêmio aos 25 do primeiro tempo. A vantagem de dois empates para o Internacional estava indo pelo ralo. Para os gremistas, a festa já estava quase completa com a expulsão do lateral Casemiro ainda no primeiro tempo.

Veio o segundo tempo, e o técnico colorado – Abel Braga – colocou mais um atacante, o uruguaio Aguirre. 

O Internacional estava indo para o tudo ou nada.

Aos 16 minutos, Nilson empata num cabeceio fulminante após falta cobrada por Edu Lima. Era o retorno colorado ao jogo. Mais dez minutos e Maurício cruza no segundo pau, milimetricamente, para que mais uma vez, Nilson escore para o fundo das redes. 2x1.

Mesmo com um a mais em campo, o Grêmio se perdeu. Taticamente. Tecnicamente. Perdeu a semifinal. O Grenal. A vaga para a Libertadores. E, como disse o narrador Luiz Alfredo, na transmissão da partida, Nilson não perdoa, mata!

GRENAL 297

Data: 12/02/1989; local: Beira-Rio; árbitro: Arnaldo Cezar Coelho; público: 78.083.

INTER: Taffarel; Luís Carlos Winck, Aguirregaray, Nenê e Casemiro; Norberto, Leomir (Aguirre) e Luís Carlos Martins; Maurício (Norton), Nilson e Edu Lima. Técnico: Abel Braga.

GRÊMIO: Mazarópi; Alfinete, Trasante, Luís Eduardo e Aírton; Bonamigo, Cuca e Cristóvão, Jorginho (Reinaldo Xavier), Marcos Vinícius e Jorge Veras (Serginho). Técnico: Rubens Minelli.

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