O Botafogo é um time bipolar. Ora, faz uma exibição
fantástica, como foi há duas semanas contra o Corinthians, ao empatar em 2a 2 ,
ora faz uma partida pífia, como foi a derrota para o Bahia por 2 a 0 com gol do
ex-botafoguense, Fahel.
Mas uma coisa não se pode negar: a presença de Seedorf. O
holandês tem feito a diferença no Glorioso não só por suas atuações, muitas
delas de gala, mas por seu comportamento fino e educado. Além disso, Clarence
tem mostrado amor pelo Botafogo. Pediu aos roupeiros que colocassem os
uniformes no vestiário com todo o carinho, porque aquilo era a representação do
clube e devia ser tratado assim.
E Seedorf também conversa e orienta seus companheiros de
time sempre que possível, sobre posicionamento, como devem se portar e postar,
sem passar por cima do técnico Oswaldo de Oliveira. Seria o efeito Seedorf? O
que se vê é um Botafogo diferente, sem dúvida. Que pode estar se alternando no
humor, daí a bipolaridade, mas que tem um olhar e uma alma diferente. Até
propaganda de sócio-torcedor do Botafogo, Seedorf já fez, tamanha a sua
identificação com o clube da Estrela Solitária.
Os ventos pros lados de General Severiano podem estar
uivantes, como diria o sábio escritor Hemingway, mas há uma doce brisa pairando
sobre O Glorioso. E ela tem nome forte e sonoro: Clarence Seedorf. E além de
Seedorf, mais jogadores precisam abraçar essa causa de levar o Botafogo para o
G4 e buscar a tão sonhada e esperada vaga para a Taça Libertadores. É como se o
amor alvinegro de Seedorf fosse passado aos companheiros e eles virassem
Seedorfinhos com o mesmo espírito de gana, força de vontade e jovialidade para
levar a caravela Botafogo não só pelas águas da Baía de Guanabara, mas a mares
mais profundos, a mares que banhem a América.
Para o Botafogo há um divisor de águas nesses momentos:
antes de Seedorf e após Seedorf. Cabe saber se esse estado de ânimo renovado
possibilitará ao clube a oportunidade de ser como Simon Bolívar e desbravar a
América. Quem sabe ela, que já foi Vermelha, Alvinegra, poderá ter como
símbolo máximo a resplandecente Estrela Solitária. É pagar para ver. Seedorf
não quer pagar, quer curtir e levar o clube que adotou de coração a uma
conquista maior ainda. É agora ou nunca. Ou o Botafogo aproveita esse vento bom
e se acerta ou desanda de vez.
Forte abraço!
Até a próxima!
Anna Barros
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